Exposição na Bahia reúne Arnaldo Antunes, Walter Silveira e Fernando Laszlo com a proposta de fazer poemas usando a luz como suporte das palavras. De março a fevereiro. O trabalho poético de Walter Silveira é tão bom e tão desconhecido! Assim como ainda é o de Ronaldo Azeredo, um dos poetas concretos que tem um trajeto muito singular, principalmente depois de sua aproximação com Alfredo Volpi. Ainda hoje sonho em ver o álbum
Mein Kalli Graphycs, do Walter, que foi um pouquinho divulgado no
40 escritos, do Arnaldo. Ele é inencontrável mesmo em estantes de raridades, nos sebos. Esse poema incendiário da imagem tem tudo pra ser do Arnaldo Antunes, e não do Walter Silveira, principalmente pela recombinação das sílabas após a leitura horizontal: depois de
fome de sede, lemos
fode,
mede.
Essa outra imagem de divulgação já sugere um poema do Walter Silveira pelo trabalho tipográfico de transformação do A em +, a jogar com a outra vogal que a acompanha na palavra, o I, formando os dois polos de uma pilha (a própria "caixa preta"): POESIA / FILHA DA PILHA. A pilha, ao que parece, dá (como a puta) energia, ou luz (luz é energia), pra tudo que é máquina, pra tudo que é poema. (Lembra de "máquina de comover", Le Corbusier via Cabral?) É, como um "poema conceitual".
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