terça-feira, 11 de janeiro de 2011
luzescrita entrevista
Para seguir documentando a última postagem, encontrei este vídeo com uma qualidade horrível e uma jornalista pouco informada entrevistando o Walter Silveira sobre a exposição Luzescrita. Vale por algumas informações sobre o projeto dos poemas.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
fotografia = luzescrita


Essa outra imagem de divulgação já sugere um poema do Walter Silveira pelo trabalho tipográfico de transformação do A em +, a jogar com a outra vogal que a acompanha na palavra, o I, formando os dois polos de uma pilha (a própria "caixa preta"): POESIA / FILHA DA PILHA. A pilha, ao que parece, dá (como a puta) energia, ou luz (luz é energia), pra tudo que é máquina, pra tudo que é poema. (Lembra de "máquina de comover", Le Corbusier via Cabral?) É, como um "poema conceitual".

Na sexta-feira assisti A lua vem da Ásia, em cartaz no CCBB-RJ desde o dia 6 de janeiro. Foi uma das melhores peças que já vi (eu que vi tão poucas), acho que pelo texto tão bom do Campos de Carvalho e pela atuação do Chico Diaz. Impressiona a dicção tão clara e expressiva do ator. São bonitas as pequenas passagens em que ele se insere no texto do Campos de Carvalho (ao mencionar sua idade ou o século de encenação da peça), um pouco levando à performance a peça. A segunda parte, vertiginosa, com muito texto falado, um cenário onírico, é muito bonita, é uma sequência muito forte, impressionante pela mistura de drama e humor. (Fico nesse comentário, mais para guardar aqui, em diário público, minha presença. Em palavras.)
Jornal Rascunho, Age de Carvalho

ÚLTIMOS DIAS DE PAUPÉRIA
No chão do sonho
dormes na cozinha,
calça ruça-mostarda,
bolsa surrada de camurça
sob a nuca, voltada para Oeste,
onde faz semprenunca
lá fora,
de sábado a sábado -
é aqui,
agora, à boca dos fornos
onde
comes, cospes,
despertas ainda
sob a luma lugente
para o dia nenhum,
uma moeda de verdade contigo,
deitada,
a boca de lado.
Não acorda:
são teus últimos dias.
O que não quer
dizer nada -
o que
por si
só
já seria
o em-si do assunto
enquanto lavas
teu prato
e vês sentido
nisso.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
entrevista com Jorge de Sena
Em 12 de novembro passado, foi divulgada na Internet uma entrevista com Jorge de Sena inédita desde 1972. Ela consta no site da rádio portuguesa Antena 2. A entrevista é longa, com mais de uma hora de duração. Ao final, lê um de seus poemas. Clique aqui.
Jorge de Sena viveu no Brasil na década de 1960, quando compôs dois de seus mais importantes livros, Metamorfoses e Arte de Música. Ainda está por se pensar os seus lugares irônicos nas literaturas portuguesa e brasileira. Estrangeiro em língua portuguesa lá e cá.
domingo, 2 de janeiro de 2011
crença
Não poderemos nunca ter grande poesia sem acreditar que a poesia serve a grandes fins. Nossa crença na grandeza da poesia faz parte vital da sua própria grandeza e é uma porção implícita da crença dos outros nessa grandeza. Morrer é diferente.
*
Terminou meu papo, eu não tenho mais papo não. Eu sou outsider; quanto à moda, eu prefiro a Gisele Bündchen, eu acho ela muito mais gostosa; quanto à década de 70, esse fóssil, eu me prefiro um míssil.
(Dois trechos do Waly [Salomão] em "Contradiscurso: do cultivo de uma dicção da diferença" [2001].)
Guenadi Aigui: lançamento
Não me lembro se no início de 2010 ou em fins de 2009 eu escrevi pretensiosamente à editora Perspectiva perguntando a respeito de um anunciado livro de tradução de poemas de Guenadi Aigui por Boris Schnaiderman e não obtive resposta. Pelo menos até hoje, quando vejo o livro lançado no site da editora pela coleção Signos: Guenadi Aigui: Silêncio e clamor. É só isso: marcação para mim.
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